(...) O
desprendimento com que chega, os horários que rasga, as rotinas que
quebra, as obrigações que chuta, o sabor a férias que traz, ainda que a
não as gozemos, que vida está difícil, dão-lhe um gosto tão especial.
Traz uma espécie de “pasmaceira” que nos atrai, que nos envolve nas 24
horas de cada dia, que nos empurra para o compromisso com o ócio e logo
nos faz colar ao direito à preguiça. Por isso, agosto também é
cansativo, exige golpes de ação para que possamos sacudir a preguiça que
tem o condão de tornar os dias em inutilidade absoluta e cansaço
dispensável. Ganhemos, somente, o ritmo leve, a cor suave e o sabor
fresco dos seus dias aprazíveis. Sintamos que as obrigações, as
inevitáveis e inadiáveis, possam tomar o colorido mais luminoso deste
agosto em consumo e com breve prazo de validade. Deleitemo-nos com ele.
Deixemo-nos envolver, pois, na agradável leveza de agosto.
mariam in http://momentodocafe.blogs.sapo.pt/ (excerto)
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