domingo, 27 de outubro de 2013

Folhas de outono

(...) Folhas que teimam em voar e rodopiar em desespero como se quisessem resistir ao destino de serem pisadas friamente por transeuntes indiferentes e, tantas vezes, pontapeadas ao som das vozes e do riso despreocupado das crianças nas suas ocasionais brincadeiras e correrias, a caminho da escola. Folhas murchas pela intempérie e violentadas pela lei da natureza, suportam a fatalidade do envelhecimento até se finarem encharcadas e putrefactas sob a chuva insistente que o outono, no lento definhamento dos dias, e como prenúncio do inverno, teima em nos presentear. 
mariam in http://momentodocafe.blogs.sapo.pt/ 

quarta-feira, 2 de outubro de 2013

O derrotado

O candidato dera tudo por tudo. Prometera mundos e fundos. Realçara a obra feita. Desesperadamente, acreditara que estava bem posicionado para vencer. Sonhara que a vitória, mais uma vez, estava no “papo”. A eleição chegava ao fim e a derrota atingia-o. Encerradas as urnas, divulgadas as diversas projeções dos resultados eleitorais, a deceção instalava-se na sua sede de candidatura. E o escrutínio final vinha confirmar a derrota sofrida. A confrangedora e inesperada situação era como um balde de água fria. Assumida a derrota, o silêncio descia sobre os seus apoiantes que deixavam a sede de candidatura deserta. A hipotética euforia da vitória dava lugar à realidade amarga da derrota.
mariam