Há dias em que acordamos de mal com o mundo e a vida. E esta nem nos corre mal. Só que a má disposição faz-se presente e sentimo-nos out. Embarcamos na onda da lamentação, queixamo-nos do sol que brilha mas
não aquece, ou da chuva que, batida pelo vento bravio e frio, nos
encharca até aos ossos. Queixamo-nos do autocarro que chega atrasado e,
penosamente, enfrentamos a viagem como sardinha enlatada. Queixamo-nos
do colega de trabalho que fala, fala. Como está maçador! Ou da colega
que só fala dos trapos que a moda dita. Como parece fútil! E nem o chefe
escapa. Competente mas pouco carismático. Ou incompetente na proporção
direta da prepotência que exerce. Quando acontece assim, em dia que acordamos de mal com a vida, agarramos o
lado "chato" da dita e um rol de lamentações comezinhas sucedem-se. Um
estado de queixume que não nos deixa disponível para apreciarmos a vida
e, nesses dias, ela passa-nos ao lado... Não é a vida que nos finta, é o
nosso mau humor que a evita.
mariam (in http://momentodocafe.blogs.sapo.pt/)