Queiramos
ou não, 2012 é um presente que traz um bónus que transita de 2011: a crise. Um
bónus despido de ilusões e embrulhado na austeridade. E não o podemos recusar. E porque
é novo e pressupõe mudança, 2012 é surpresa. Como qualquer surpresa que se
preza, 2012 deve ser brindado com a esperança que nos predispõe para aceitar e superar as dificuldades que a crise e a austeridade nos impõem …
A família era grande, mas não o suficiente para a celebração da festa de Natal e havia sempre convidados, pessoas que estavam longe dos familiares e que os meus pais faziam questão de convidar para com eles partilharmos a consoada. Lembro-me desses jantares da noite de Natalque era servido na mesa comprida da sala das traseiras da casa e contígua à cozinha. Comíamos o tradicional bacalhau cozido com todos e, à sobremesa, provávamos todos os doces que a mãe fazia com a dedicação e a tranquilidade que a caracterizavam.
Não gosto de ver a figura do Pai Natal que, forçado pelo mau gosto de alguém e no esforço inglório de chegar a parte alguma, permanece, sem decoro, a escalar a parede vazia de um prédio ou pendurado numa varanda. Imagem do ancião esquecido e desamparado! Quando olho, também, o Menino Jesus estampado no estandarte que fica atado à varanda da casa e exposto à invernia (bem sei que é só uma imagem), sinto-me arrepiada com a frieza de tal situação que não acrescenta qualquer valor ao sentido cristão do Natal. Tristes decorações de Natal! Gelam-me o ânimo.
É dezembro. A contagem decrescente marcará a hora zero e 2012 entrará. Um novo ano e os dias serão mais difíceis – advertem-nos. E, para os encararmos, o alento tem de estar presente. Só a esperança nos dá o ânimo e a vontade de que necessitamos para nos sentirmos motivados e mobilizados para todos os sacrifícios que o desequilíbrio financeiro do país nos impõe.
Novembro traz o destino e o poder de envolver tudo e todos na sua áurea de melancolia. Chega e vai compondo o teimoso quadro encinzeirado que lhe confere a identidade imutável dos seus dias que, rolando, se sucedem e cedem tempo às noites. A natureza vai despedindo o calor reconfortante do sol e a luminosidade dos dias outonais, e novembro, que cumpre rigorosamente o calendário, subjuga-se ao colorido esvaído do inverno que já espreita.
Que ganhe o melhor em campo foi o meu desejo. Há dois resultados que são sempre possíveis, ou se ganha ou se perde. E o resultado até é do meu agrado. Ver os adeptos de um clube "enjaulados" e o património do outro clube destruído pelo fogo, que pensar? Quem tem culpa do ódio clubístico que enxameia as equipas de futebol? A quem atribuir culpas pela irracionalidade que poluí um espetáculo de futebol? Este fanatismo que atravessa os clubes é a negação do espírito de desportivismo e com ele eu não pactuo. Nem com as atitudes do clube da minha simpatia.
O clássico Benfica vs Sporting é já amanhã. Que ganhe o melhor em campo! Seria bom que os adeptos de um e de outro clube usufruíssem do prazer de assistir ao jogo. É racional amar o seu clube de eleição. Esquecer os valores de sã convivência entre clubes é irracional, acicata ódios e mancha o espírito desportivo que deve estar presente entre todos os adeptos e nos jogadores que procuram juntar talento e esforço ao espetáculo. Seria bom que não ficassem esquecidos os valores cívicos. A violência desprestigia adeptos e clubes e mancha o resultado, seja ele qual for.
Greve ou não greve, eis a questão. Quem quis, fez greve. Quem não quis, não fez. Quem fez greve, quis reivindicar. Quem não quis, foi trabalhar… Cada um sabe da sua razão. E como é em consciência que um e outro tomam a própria decisão, não me cabe qualquer apontamento de reprovação.
Crie-se o hábito de ler para os filhos e ainda na tenra idade. Depressa eles se habituam e não dispensam a leitura de histórias ou contos antes de adormecer. Quando a criança, desde muito pequena, manuseia e aprende a desfolhar um livro, a ver as imagens, a olhar o aspecto do texto, a pedir que leiam para ela ouvir, a interpretar e a questionar sobre as personagens e a acção, ela não só está a construir uma linguagem mais elaborada e a enriquecer o seu vocabulário como, inconscientemente, começa a sentir o prazer que um livro dá e vai interiorizando que, um dia, também terá a capacidade de ler. É o seu primeiro contacto com a leitura e com a escrita. Atualização: o Tiago já lê. (Páscoa de 2012)
Vão voando por aqui e por ali, ziguezagueando. São rápidas e ágeis a assentar arraiais onde podem alimentar-se de privilégios e de troca de favores. Com visão apurada, adaptam-se, às mil maravilhas, a todas as circunstâncias, movem-se subservientes, parasitam em torno do “poder”. Se o poder muda, mudam os interesses. Não se deixam amedrontar perante a nova situação. Enfrentam-na despudoradamente. Se lhes são exigidas mudanças, logo usam todo o seu jogo de cintura e persuasão e, como predadores de valores e princípios que são, ei-los a bajular o novo senhor. A gente como esta, eu chamo de “libelinha.”
Apontamentos da mariam exprime o desejo de escrever pequenas notas do dia a dia, de modo informal, com leveza, sem pretensões e sem compromissos agendados...